admitiu que ele próprio poderia ser uma alternativa na disputa à
sucessão de Ricardo Coutinho. O deputado federal Manoel Júnior tem uma
posição divergente. Ele considera que Veneziano não saiu desgastado da
campanha de 2012 em Campina Grande, com a derrota de sua candidata,
Tatiana Medeiros, e, portanto, é o nome mais legítimo para concorrer ao
governo, inclusive, porque teria aceitação maior junto às bases
municipais.
Em relação à participação do PMDB na gestão do petista Luciano Cartaxo,
em João Pessoa, as opiniões novamente se dividem. O vereador Fernando
Milanez insiste em que a agremiação não está representada e que a
indicação de Assis Freire para um cargo partiu do deputado federal
Benjamin Maranhão, sobrinho do ex-governador José Maranhão. O deputado
estadual Raniery Paulino admite que a quota peemedebista ainda é
pequena, mas ressalva que Assis Freire não é um estranho dentro das
fileiras do partido, pouco importa quem tenha sido responsável pela sua indicação ao prefeito Luciano Cartaxo.
Wilson Santiago afirma que a homologação de Maranhão para a presidência
do diretório regional representou um consenso temporário, porque
persistem indefinições que não geram entendimento. Nos bastidores, o
comentário é de que Santiago lançou o balão de ensaio da candidatura a
governador para testar seus espaços sobre uma virtual candidatura ao
Senado, já que estaria receoso de que Maranhão, absorvendo a candidatura
de Veneziano ao Palácio da Redenção, queira concorrer ao Congresso, na vaga hoje ocupada pelo tucano Cícero Lucena.
A questão das alianças para o pleito de 2014 é outro assunto que abala
as hostes peemedebistas. Há uma corrente ponderável defendendo a aliança
com o Partido dos Trabalhadores. Mas alguns peemedebistas advertem que o
PMDB dificilmente deixará de lançar candidato ao governo, depois de ter
conquistado a maior cidadela política do Estado, que é a capital. Além
do nome do ex-prefeito Luciano Agra, frequentemente lembrado, mas que
ainda não se filiou ao Partido dos Trabalhadores, são ventilados os
nomes de Thompson Mariz e de Rodrigo Soares, presidente do diretório
regional, ou, em último caso, do deputado federal Luiz Couto, que na
disputa do ano passado omitiu-se de engajamento no palanque de Cartaxo
porque defendia uma aliança com o PSB em torno de Estelizabel Bezerra.
Os petistas mais intransigentes na crítica ao governador Ricardo
Coutinho mobilizam-se para forjar uma unidade o quanto antes,
internamente, pelo receio de que possa advir uma recomendação da direção
nacional para aliança com o PSB, devido ao interesse da cúpula nacional
em afastar do páreo pelo Planalto o governador de Pernambuco, Eduardo
Campos. Presidente nacional do PSB, Campos tem sido incensado pelo
Planalto e fez declarações reiteradas garantindo que não pretende se
confrontar com Dilma, mas, sim, apoiá-la no projeto de recandidatura. Se
a aliança evoluísse para os Estados, PT e PSB na Paraíba teriam que
conviver debaixo do mesmo teto. Nessa hipótese, o governador Ricardo
Coutinho ganharia a preferência para ser o ungido, pelo direito natural
de disputar a reeleição.
O cenário dentro do PMDB é preocupante, agravado pelas derrotas
consecutivas que o partido tem experimentado, quer ao governo do Estado,
quer, mais recentemente, na disputa pela prefeitura da capital, quando
José Maranhão ficou em quarto lugar, impossibilitado de disputar a
finalíssima. Em meio às especulações, surgiu, ontem, a avaliação de que o
senador Cícero Lucena, que está se sentindo isolado dentro do PSDB,
pode vir a se filiar ao PMDB. Mas ele não teria espaços nessa agremiação
para concorrer à reeleição, podendo garantir vaga para uma candidatura a
deputado federal.
Há setores peemedebistas pregando como ideal uma composição com o PEN,
presidido pelo deputado Ricardo Marcelo e que tem feito contraponto ao
governo na Assembleia. Até a deflagração da temporada propriamente dita,
haverá muitas confabulações, não só dentro do PMDB e do PT, mas no arco
das demais agremiações que compõem o universo político paraibano.
ENCONTRO: lideranças do PMDB vão se reunir amanhã de manhã para discutir
a composição do diretório municipal. É o que afirma o deputado federal
Manoel Júnior. Além dele, já colocaram o nome à disposição para comandar
a legenda na Capital, o deputado Gervásio Filho e os vereadores João
Almeida, Ronivon Ramalho (Mangueira) e Fernando Milanez.
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