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segunda-feira, 27 de maio de 2013

O suposto golpe da TelexFree

OFICIAL DE JUSTIÇA DO TJAC COMANDA REDE TELEXFREE INVESTIGADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
Somente uma das redes do TelexFree criada no Acre já possuiu mais de 40 mil divulgadores. E eles garantem: "a cada denúncia, maior é o crescimento do negócio” que se espalhou pela Espanha, Bolívia, Peru, Portugal e Suíça, somente através do grupo conhecido como Titano, liderado pelo oficial de justiça do Poder Judiciário, Shawk Lira.
Mesmo investigado pelos Ministérios Públicos dos estados do Acre, Bahia, Espirito Santo, Mato Grosso e Pernambuco, a cada dia o TelexFree cresce. O Acre proporcionalmente possui a rede que mais se desenvolveu no Brasil, procurada desde vendedores ambulantes até "figurões do governo, deputados, empresários, médicos, pessoas de todas as classes”, disse Shawk que gravou entrevista para o ac24horas antes de embarcar para o estado de São Paulo, onde realiza mais uma palestra motivacional.
Shawk descartou a acusação de fraude através de pirâmide financeira ou da sonegação de imposto. Disse que o segredo do negócio é o marketing multinível e o caráter de oxigenação do sistema BPF (Binário Produtivo Finito) adotado, que permite a renovação do contrato a cada 365 dias.
"Ontem mesmo a empresa pagou R$ 19 milhões de impostos ao governo federal”, declarou.
O líder de uma das maiores redes do Acre também revelou que vai pagar mais de R$ 110 mil de imposto de renda nas declarações de dois "escritórios do TelexFree” que ele e a esposa administram.
Mas segundo Shawk, embora exista a garantia de dinheiro certo, cada membro precisa trabalhar para crescer na rede. Ele descarta a possibilidade de ganho fácil, sem trabalhar, apenas pela internet, em casa.
"O que se compra é um direito de publicidade da empresa, quem não faz como pede o contrato, sofre punições e pode não ganhar nada”, acrescentou.
Outras duas redes prospectam novos divulgadores para a marca. Segundo ac24horas apurou, em Rondônia, um senador e um grupo de empresários entraram no TelexFree com o investimento de R$ 300 mil. A adesão se deu através de uma rede liderada por empresário que mantém negócios na cidade de Plácido de Castro.
Após as declarações do colunista Luiz Nassif, do site Carta Capital, que repercutiu rapidamente pela rede mundial de computadores durante todo o dia de ontem (12), a reação dos divulgadores em Rio Branco – cidade considerada o "paraíso do TelexFree” – foi imediata. Nassif afirmou que a Polícia Federal deverá deflagrar nos próximos dias uma operação para desmontar o suposto esquema criminoso que envolve a empresa Telexfree.
Outros divulgadores, considerados de menor potencial, tuitaram e postaram no facebook vídeos e depoimentos em defesa da empresa que tem sede no estado do Espírito Santo. Um deles afirmou por telefone, que os maiores inimigos do negócio são os banqueiros incomodados com a migração dos investidores.
"Em Cruzeiro do Sul é assustador o número de pessoas que tiraram recursos da poupança para investirem no TelexFree, isso tá incomodando”, garantiu um divulgador que pediu para não ter seu nome revelado.
O acadêmico Josué Pacheco também aceitou gravar entrevista. Ele confirmou os depósitos da TelexFree em pagamentos de impostos e lamentou a campanha difamatória contra a empresa. Pacheco garante que vive do negócio.
O pai de uma estudante do curso de medicina que autorizou usar as suas iniciais, WEF, paga a faculdade e todas as despesas dele e da filha na Bolívia, com dinheiro que recebe do TelexFree. "Não quero outro negócio”, falou por telefone.
A promotora de Defesa do Consumidor do Ministério Públco do Acre, Alessandra Marques está de férias. A promotora substituta não gravou entrevista.

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Ontem à tarde, através de sua página no Facebook, a empresa TelexFree deu ordem de debandada a seus divulgadores. Meia hora antes, em meu Blog, publiquei um pequeno organograma, com vários sites que faziam parte do esquema.
Foi o fim de cinco dias de luta surda, na qual meu Blog foi derrubado dezenas de vezes pela quadrilha, para impedir de veicular detalhes da denúncia.
À tardinha, a Secretaria Especial de Acompanhamento Econômico (SEAE) do Ministério da Fazenda informou que estava aguardando apenas um parecer da Procuradoria da Fazenda para acionar a Polícia Federal e o Ministério Público.
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Chega ao fim o mais atrevido golpe já perpetrado contra o consumidor brasileiro. Durante um ano, o esquema TelexFree envolveu um milhão de pessoas e movimentou mais de R$ 300 milhões através de uma versão online do velho golpe da pirâmide.
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O esquema surgiu inicialmente em 2009, montado pelo aventureiro capixaba Carlos Wenzeler, através de um site denominado de Disk à Vontade.
Para entrar no jogo, a pessoa tinha que pagar de US$ 200 a US$ 1.000 dólares. Depois, colocar publicidade em sites de Internet dos serviços de VoIP (telefonia pela Internet) da TelexFree. Por cada publicidade colocada, a pessoa receberia US$ 20.
Acontece que toda a remuneração dos primeiros da fila era bancada pelos últimos que entravam – como em toda pirâmide, levando ao estouro da boiada depois de algum tempo.
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A versão inicial do golpe demorou um pouco a decolar devido à falta de confiabilidade na empresa.
Aí Wenzeler deu o segundo passo. Foi até os Estados Unidos, localizou uma pequena empresa de VoIP e tornou-se sócio dela. A empresa tinha um pequeno escritório virtual em um grande prédio de Massachusetts. No site da TelexFree o prédio era apresentado como se fosse totalmente da empresa. E o sócio norte-americano como se fosse um gênio do marketing.
A publicidade da TelexFree ganhou impulso quando passou a veicular que a TelexFree americana era uma multinacional que existia desde 2002.
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O passo seguinte foi arregimentar uma verdadeira quadrilha de oportunistas, espalhada por todo o país. Essas sub-quadrilhas montaram sites usando o nome da TelexFree na URL (o endereço da Internet). E inundaram o Youtube com vídeos vendendo as maravilhas do enriquecimento fácil.
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Nos próximos dias a Polícia Federal entrará em cena, prendendo parte da quadrilha. A grande questão que se levanta é o fato da quadrilha ter agido por tanto tempo sem ser incomodada.
Os Procons do Acre e do Mato Grosso solicitaram informações à SEAE. Houve dificuldade em qualificar a natureza do crime. Por outro lado, não se sabia se a repressão deveria partir de Ministérios Públicos estaduais ou do Federal; se da Polícia Civil dos estados ou da Polícia Federal.
A cada dia que passava, mais consumidores eram prejudicados. Pululavam depoimentos de pessoas que chegaram a vender a casa para entrar no negócio.
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Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o governo daria toda ênfase à defesa do consumidor.
O primeiro passo é aparelhar o Estado de ferramentas legais para coibir os velhos crimes que adquirem feição nova através de novas tecnologias.


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